
Desde que influenciadores digitais começaram a ganhar milhões de reais sem ter responsabilidade com o conteúdo divulgado, conseguimos perceber uma certa rejeição de uma grande parte dos usuários de diferentes redes a eles. É possível observar um movimento anti-influência como resposta às postagens de incentivo aos jogos online, propagandas não sinalizadas e exposição de crianças em situações vexatórias por likes.
Por mais que ficar rico seja o desejo e objetivo de muita gente, a ostentação constante tem ficado desagradável de assistir. São muitos problemas sociais enfrentados pelos brasileiros diariamente para ignorar o que está sendo consumido pelo celular. Com jornadas de trabalho exaustivas e sem a possibilidade de viver e ter lazer fora das telas, mesmo que haja uma busca assídua por entretenimento, os seguidores não aceitam mais com tanta facilidade serem expectadores de estilos de vida fabricados.
É possível influenciar com sinceridade?
Os conteúdos que são gerados a partir desse protesto ao consumo desenfreado ganham força nos últimos anos, mas ainda não dá para fugir do nossa vontade de ter um líder ou uma voz representante dos nossos desejos.
As grandes empresas, que precisam fazer os seus produtos estarem na boca do povo, mudaram a estratégia e buscam – pagando menos, é claro – pessoas comuns que tenham uma comunidade engajada para comprarem o que eles mostram.
Por mais que muitos de nós estejamos cansados de publis das blogueiras famosas, é nítido que ainda buscamos alguém, seja do nosso círculo ou não, para nos inspirarmos. Como essa roupa fica em pessoas da minha altura e do meu peso? Quero ver como determinados produtos se comportam em cabelos como o meu, e assim por diante. A nossa busca por identificação e pertencimento continua. O que muda em 2025 é que estamos mais exigentes e o mercado, para continuar lucrando, está em busca de criadores mais autênticos e alternativos. Quem se destaca, pode ter seu nome ligado a uma tendência e atualmente existem inúmeras.
Boho Chic, Old Money, Barbiecore…
Mesmo dentro do nicho do consumo consciente, gostamos de eleger uma cara e voz para confiar. Quais são os melhores brechós? Onde comer uma comida orgânica e barata? A pessoa escolhida vai ser procurada para dar todas as respostas.
O que precisamos descobrir – e esse é o maior desafio no capitalismo – é como construir uma relação saudável e genuína com quem encabeça as transformações de acordo com nossa vibe.
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